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Um idoso... nas pistas de caminhada, fazendo compras nos shoppings, reunindo amigos e lotando uma fileira inteira no teatro, bailando em salões com os hits da sua juventude, degustando comidas gostosas em bons restaurantes, fazendo check-in em aeroportos, ou ainda, aqueles mais "caseiros", rodeados por seus familiares nos finais de semana, buscando os netos na escola, se deleitando com um filme ou lendo um bom livro num cantinho só seu... Essa é a imagem que condiz com a longevidade, diante do aumento da expectativa de vida para as pessoas acima de 60 anos. Possivelmente, esse é o ideal de terceira idade para todos nós. Porém... o tempo é o senhor de tudo e, como dizia um poeta, ele não para!

II - A independência do idoso se vai... O que fazer? Como cuidar? Onde e com quem deixar?
Hoje, ainda há espaços para a internação de
idosos que são estruturados nos modelos dos antigos “asilos”, que pareciam depósitos de pessoas, remetendo mais à ideia de finitude do que à ideia de proteção
e cuidado. Mas, a boa notícia é que isso vem mudando. Já há espaços e
propostas (tanto no setor público, quanto no privado) que agregam à estrutura de
proteção e cuidados com a saúde em geral, as ações de estímulo ao corpo e à mente dos
idosos atendidos, como também o incentivo à socialização e vida cultural , além
do carinho e vigilância para que ninguém se sinta preterido ou abandonado por
funcionários ou por familiares, quando ali permanecer; quer seja por um período
(durante a ausência temporária do cuidador ou do familiar), quer seja na
qualidade de morador permanente. Outra notícia relevante, é que essas
instituições estão sendo estruturadas em espaços mais aconchegantes, amplos,
arejados, arborizados ou com jardins convidativos, abrigando um número menor de
pessoas, buscando similaridade com o
ambiente de uma casa. Completando
esses argumentos, para funcionar como ILPI, o estabelecimento
tem que contar com uma equipe idônea de funcionários, que vão desde os de
vínculo permanente, como: médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, cuidador,
etc., até os profissionais eventuais, como arteterapeuta, musicista, psicólogo
e outros. Outro destaque: a ILPI deve atender a uma legislação e
tem órgão fiscalizador para coibir o mau atendimento.

Antes de escrevermos sobre esse assunto nos dispusemos a fazer uma visita surpresa numa dessas instituições. Optamos por uma instituição privada, devido ao fato de que queríamos o "efeito surpresa" e, em se tratando do setor público, dificilmente conseguiríamos isso. Buscamos, em nossa região, o nome de uma instituição que propagasse ideias novas e condizentes com o que considerávamos importante para um serviço de qualidade. Propositadamente, procuramos chegar logo após o contato inicial. Fizemos tudo da seguinte forma:


III - Fomos visitar uma ILPI e chegamos de surpresa... Confira o resultado dessa nossa visita...

Ligamos, nos identificamos falando a respeito do assunto da nossa
matéria para o blog e, diante da receptividade, nos dirigimos para o local logo em seguida
(podemos dizer que, praticamente, chegamos de surpresa) e fomos recebidas por
um dos proprietários. Ele respondeu nossas questões, andando pelo espaço,
procurando deixar que observássemos in loco o que nos esclarecia e ainda nos
colocou que faz questão de saber, além do nome de cada pessoa que ali reside, a
história pessoal e algumas particularidades que vão se evidenciando no
convívio. Isso foi fácil de constatar, pois, além de todas as questões
estruturais e de suporte que verificamos, a cada ambiente que adentrávamos,
ocorria a imediata reação dos residentes buscando contato com o proprietário, requisitando-o
com manifestações de carinho e evidente proximidade. Fomos avisadas sobre os horários de visita,
que eram estendidos ao longo do dia, podendo o familiar ter mais possibilidades
para passar momentos com o idoso. Também nos foi esclarecido que há todo um
cuidado, por parte da gestão da instituição, com o estímulo para que a família esteja presente
na vida dos residentes. Outro fator que parece corroborar para a idoneidade da
ILPI visitada e de algumas outras pesquisadas, é a possibilidade de
acompanhamento do atendimento prestado aos idosos, por meio de câmeras
instaladas nos diferentes espaços, proporcionando ao familiar o acesso
irrestrito à imagens de tempo real, por meio de senha própria.



IV - Ao ter que optar por ir ou deixar alguém numa ILPI, mesmo diante de uma boa instituição, a dúvida, o medo e a culpa podem chegar primeiro. Como lidar com isso?

Sabemos que é inevitável um
sentimento reticente, para quem tem que levar um familiar para a internação
numa ILPI, principalmente ao lembrarmos que foram eles que, muitas vezes, passaram
horas infindáveis à nossa cabeceira, ou que conduziram nossos primeiros passos
na vida, nos dando suporte para chegarmos onde estamos. Mas, quando a
necessidade se fizer presente, é fundamental que todos tenham discernimento
para uma atitude consciente, que propicie a opção por um local onde possam
fazer o melhor para nossos entes queridos, da forma como gostaríamos de fazer nós mesmos, caso não estivéssemos circunstancialmente impedidos. Outro lado dessa
mesma moeda é o do próprio idoso. Ele, diante da ida para uma ILPI, muitas vezes passa por sentimentos que vão da rejeição (ideia de ter se tornado um
“estorvo”) até o sentimento de perda do sentido da vida, ao ser tratado (ou sentir-se) como impotente face ao que se
mostra inevitável.
Não estamos aqui querendo
“enfeitar o pavão”, como se diz popularmente. Voltamos a destacar que a
permanência do idoso em sua casa e/ou diariamente ao lado daqueles com os quais
convive é, também na nossa compreensão, a forma mais bonita de envelhecer. É
assim que gostaríamos que ocorresse conosco, com os nossos familiares, com
todos... Entretanto, as famílias já não são tão numerosas podendo propiciar a
divisão dos cuidados necessários para essa demanda e, tanto os homens quanto as
mulheres, precisam trabalhar fora e não há como alguém abrir mão do emprego
para a dedicação necessária ao atendimento das necessidades do idoso. Assim, a
ILPI pode se configurar como uma alternativa para que o idoso tenha como
envelhecer com o atendimento das suas necessidades e manutenção da sua
dignidade. Além disso, a questão dos laços afetivos não será tão afetada, se a
família se fizer presente nas visitas e levar seu parente para passeios e
retorno ao lar nos finais de semana, reuniões em família, datas comemorativas e
férias... ou seja, sempre que houver uma oportunidade de trazê-lo para perto. Uma instituição idônea também auxiliará nisso, pois está dentro de suas atribuições o controle
para que o residente não seja abandonado à mercê da ILPI.

A ideia dessa matéria é trazer o tema para a discussão, enquanto ainda há tempo e disposição para reflexões sobre o assunto, sem a pressão dos sentimentos negativos que podem rondar a todos quando o fato se apresentar como uma necessidade. Sendo assim, para o idoso, a decisão de ir ou de se deixar levar para uma IPLI, poderá acarretar mudanças em relação ao cotidiano vivenciado até então. Porém, isso não precisará significar a desvalorização ou perda dos laços construídos, que continuarão presentes, e certamente ajudarão na adaptação ao novo contexto de vida. Para os familiares e amigos, a decisão de levar um ente querido para uma ILPI, com o devido tempo para ser discutida, poderá ser menos dolorida para ambas as partes. Possivelmente, nessa condição, a culpa ou rejeição poderão dar lugar aos combinados e à confiança de que as pessoas estarão juntas sempre que possível. A hora é agora! Consigo ou com os seus...Vamos conversar?
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V- ILPI...É preciso conversar sobre essa possibilidade, muito antes de chegar a hora da decisão

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